segunda-feira, dezembro 04, 2006

Pesadelo...

Fecho os olhos, finalmente. Respiro fundo. Descanso. Aguardo o sono, que me fez tropeçar em mim própria todo o dia. A minha mãe aproxima-se, agarra-me, abraça-me, olha-me com compaixão. Choro, choro incessantemente, recuso-me a ouvir aquelas palavras que ela me vai dizer. Que eu sei quais são, as palavras que temo todos os dias. Que já não vives. Foram atacados, diz-me ela, como se isso te trouxesse de volta. E quero tanto acordar, quero tanto e não consigo. E choro, e caio. E transformo-me em cinza, em pó, que não sou mais que isso sem ti. Vejo o funeral, todas as honras que já de nada servem. Mas abro os olhos, repentinamente, assustada. Grito, dizem-me que nada se passou. Estás bem, longe de tudo, mas bem. Pouso a cabeça entre as mãos, digo-me a mim própria que foi só um sonho, que estou cansada, só isso. Sinto-me a enlouquecer, e não luto mais contra a loucura, deixo-me ir, embalada. O que me enlouquece? Não é a distância meu anjo, nem a saudade, nem o amor. O que me enlouquece é precisares de mim e eu não estar a teu lado, onde é o meu lugar. O que me enlouquece é não poder dar a minha vida pela tua. O que me enlouquece é tu seres tudo em mim, e eu ter medo de morrer.

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