quinta-feira, novembro 30, 2006

Cansada...

Este cansaço que me invade, que me destrói lentamente, que me deixa a olhar para o vazio tempo sem fim. Este cansaço, este sono, esta dormência que me deixa sem reacção, que me deixa sonhar acordada, mas não me deixa dormir. Este cansaço, esta dôr, este vazio que me preenche. Este cansaço, esta solidão, esta esperança ansiosa. Este cansaço, este desespero, este nervosismo imortal. Este cansaço, este nada, este tudo. Este cansaço, este pânico, este rasgar de pele. Este cansaço, este silêncio, esta mágoa. Este cansaço, esta saudade... Este cansaço que é saudade... Esta saudade que já me pesa tanto na alma que dói e sangra... Este cansaço, esta saudade, este amor sem fim...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Mentira...

Dizer que te não te vejo é mentira. Vejo-te constantemente, nos meus em sonhos. Vejo-te. Dizer que não te oiço é mentira. Oiço-te dentro de mim, a dar-me força. Oiço-te. Dizer que não te sinto é mentira. Sinto-te a todos os momentos, porque és o amor que me preenche. Sinto-te. Então porque é que não consigo esquecer que estás longe? Porque é que sinto tanto a tua falta? Porque é que anseio pelo teu regresso? Porque é que as minhas lágrimas não te fizeram ficar? Dizes-me que já não falta muito, que temos uma vida inteira juntos, e que seis meses passam depressa. Mas dizes isto com a voz embargada, meu amor. Com lágrimas nos olhos, meu amor. Sem um sorriso, meu amor. Sorri, peço-te eu. E finges-te feliz, sorris para eu rir, dizes que estás bem, e eu aqui sentada, a ver-te chorar. Sem poder fazer nada. Sem te poder segurar nos meus braços, como me fizeste tantas vezes. Sem poder limpar-te as lágrimas, como me fizeste tantas vezes. Sem te poder dizer que te amo incondicionalmente, baixinho ao teu ouvido, como me disseste tantas vezes. Mas meu amor, afasto as mágoas, escondo as minhas tristezas, e grito ao mundo inteiro, para que tu me possas ouvir também nesse país que proteges, que te amo sempre, simplesmente.

terça-feira, novembro 21, 2006

Tempo...

O tempo passou sem eu me aperceber. Há anos que te amo, há anos que tenho esta necessidade avassaladora de te amar cada vez mais. E o tempo passa, meu amor. Passa tão depressa quando te tenho aqui, perto. E era tão bom, meu amor, tão bom perder a noção do tempo, passar horas sem me dar conta. E agora? Agora que conto os dias, as horas, que faltam para te ter aqui, e o tempo a trair-me, a enganar-me, a parar constantemente durante a tua ausência. E eu sozinha. E tu sem poderes ouvir a minha solidão. Sem poderes chorar comigo as minhas lágrimas. Sem poderes sarar as minhas feridas como fazes desde que me lembro de ser feliz. E subitamente nem uma vida inteira me parece tempo suficiente contigo. E um minuto sem ti parece conter todo o desespero do mundo. Sem ti, quem sou? Sou quem espera por quem ama, amando cada vez mais. Sabes que não acreditava quando dizias que nós somos para sempre, que este amor é inalterável. Acredito em ti, meu amor. Cada vez mais. Nós somos a eternidade.

terça-feira, novembro 07, 2006

Espelho...

Não estás. Não importa agora. Rasgo-te a pele. Grito. Tenho frio. Amo. Odeio. Volto a rasgar-te a pele. Onde estás?! Insulto-te, insulto-me. Odeio a distância, odeio o silêncio na tua voz. Quando falo é a ti que oiço. Quando me olho ao espelho é a ti que vejo. Quando tento dormir é o teu perfume que sinto. Quando quero gritar és tu que sussuras no meu ouvido. É a tua dor que sinto quando acordo. É contigo que sonho todas as noites. Com o nosso último beijo, o último abraço, as últimas lágrimas, o último "amo-te" que dissemos um ao outro. Já me tinhas contado que sabias voar... só nunca pensei que voasses para longe de mim... Escreves que voltas, que já não falta muito... e eu a contar os dias, a pensar em ti a cada segundo que passa, a culpar-me por te ter deixado ir. Eu, que não acreditava em Deus, a rezar por ti. Eu a chorar. E tu "Não chores, meu amor. Não chores que eu choro". E eu a garantir que não estava a chorar. E tu a dizeres adeus. E eu a olhar-me ao espelho. E sempre a ver-te a ti. Se me deveria ver a mim própria? Não. O amor que te tenho é maior que eu, só te posso ver a ti no espelho. A limpar-me as lágrimas deste lado.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Sentir

O que sou não sei. Não me sinto. No lugar do coração sinto ar frio, no lugar dos olhos um vazio. Não me sinto. Não vejo ninguém, não te vejo a ti. Não me sinto. Não os conheço, esses que falam comigo mas não me ouvem. Não me sinto. Não sei para onde foi o meu sangue, não sei porque respiro. Não me sinto. Não me lembro do que já li, não me lembro das terras que conheci. Não me sinto. Não sei de onde venho, não sei porquê vim e não voltei para lado nenhum. Não me sinto. Não sei o nome das estrelas que um dia um homem sábio me ensinou. Não me sinto. Não me sei guiar pelo Sol, nem pela Lua, nem pelo caminho que me apontaram. Não me sinto. Não sinto o metal frio e escuro encostado a minha pele. Não me sinto. Não sei o meu nome, nem que corpo é este. Não me sinto. Não sei distinguir o doce e o amargo, nem de qual gosto. Não me sinto. Não sei se já voei, se já tive asas, se já caí do céu. Não me sinto. Sinto uma àgua negra que me limpa a pele que queima sem saber porquê. Sinto-te só. Só a ti, meu amor. A mim? A mim não me sinto. Já não me sinto porque dói.